Assertividade e comunicação não violenta como princípios-chave para a criação de limites saudáveis na convivência familiar . Por: Rosana Sá
Quero incentivar você, leitor ou leitora, ao aprofundamento em um tema que realmente me fascina, motiva e inspira: a “comunicação assertiva e eficaz” ou “comunicação não violenta”.
Esse assunto é extremamente relevante, pois envolve uma área essencial para a vida ter sabor: o relacionamento com outras pessoas, com o mundo e conosco. O oposto, a “comunicação violenta”, seja esporádica ou frequente, é contagiosa, uma verdadeira “praga”, um vírus, “ora visível ou invisível”, que mutila emoções, mata projetos incríveis, modela baixa autoestima e evidencia a crueldade do sentimento de rejeição.
A hostilidade no modo de se comunicar afasta gente sob o mesmo teto, cria lágrimas, nutre hiatos nos diálogos e distancia relações de sangue e de amizade. Ela tem poder para magoar os cônjuges e por fim em um belo romance. Assim também, a falta de sabedoria ao se comunicar abafa o respeito ao indivíduo, à mulher, ao homem, ao idoso, à criança — e por que não aos animais e ao planeta?
A comunicação violenta congela pensamentos criativos, toca destrutivamente a identidade das pessoas e gera marcas profundas que impedem o caminhar saudável. Cientes disso, precisamos ter em mente que comunicamos algo ao nosso entorno a todo momento, seja algo bom ou mau. Isso é muito sério.
A cura
Já falamos do problema. Agora, que tal conhecer o remédio? Qual é a receita? É esta aqui: a comunicação assertiva, não violenta.
Tal habilidade se baseia na prática de transmitir nosso ponto de vista de forma clara, sem ferir ou ofender. Ao aplicá-la, ponderamos os efeitos de nossas atitudes, tendo o outro (e todo o ambiente ao redor) em cuidadosa consideração.
A comunicação assertiva e não violenta evita desentendimentos, pois não dá margens a ambiguidades. Ela “vitamina” as relações, promove qualidade de vida, suscita admiração, estabelece respeito, alimenta o amor, estimula competência, promove validação, dá encorajamento, sinaliza correção, eleva humildade e prioriza a humanização. Seus resultados são promissores, pois gera pessoas fortes e felizes, que sorriem com frequência e enfrentam os dias maus, que se solidarizam com o próximo e fomentam a justiça e a paz. Como comunicar-se com sabedoria é fundamental em nossos dias, não é mesmo?
Como comunicar-se com sabedoria é fundamental em nossos dias, não é mesmo?
Para desenvolver a comunicação assertiva, é preciso observar as necessidades dos outros, dos ambientes, das empresas e das famílias. Feito isso, deve-se estabelecer uma interação em que há transparência e respeito. Naturalmente, não há receitas prontas, pois quando se trata de ser humano, cada um é único e tem comportamentos e necessidades específicos. Sendo assim, nem sempre a resposta à comunicação não violenta será positiva. Caso isso aconteça, fortaleça-se emocionalmente e tenha em mente que fez a sua parte.
Por último, não poderia deixar de falar do perdão. Famílias, equipes e casais estruturados ou que se reestruturam sabem conjugar o verbo perdoar. Todos nós precisamos aprendê-lo para superar as adversidades impostas pela vida, as dores inevitáveis e desafios como a atual quarentena decorrente do coronavírus.
E o home office. Onde ele entra em tudo isso?
Sabe aqueles momentos em que você sente que uma faísca acende nessa nova dinâmica? Pois bem, e aí que a comunicação não violenta fará diferença. Respire profundamente e decida-se a agir com inteligência. Pratique-a e decida-se a fazer do convívio diário uma oportunidade de crescimento para todos.
Rosana Sá
Formada em Administração de Empresas, pós-graduada em Marketing e Certificada em Educação Virtual pelo Senac-SP, é professora universitária, conferencista, coach executiva e consultora empresarial. Atualmente, é sócia diretora da CYCLOS, empresa dedicada a ações de desenvolvimento profissional e gerencial.