O que pode estar por trás da tendência de sempre deixar tudo para depois? Por: Rosana Sá
Entendo bem aqueles que de alguma forma se angustiam quando admitem a si mesmo que se autossabotaram deixando de fazer algo que era importante, que virou urgente e às vezes até perdeu o prazo. Sem dúvida perderam também a oportunidade de viver a leveza de uma caminhada que poderia ter sido apreciada uma vez que os prazos já estiveram ao seu favor, mas de repente o ato do procrastinar saiu do dicionário e foi o “dono do pedaço” impedindo centenas e milhares de pessoas (Como me identifico!) a viver o sabor da realização organizada entregue no prazo ou porque não dizer, an-te-ci-pa-da-men-te... aí o descrito acima é quase que uma utopia, nem sei se consegue fazer parte do imaginário de um procrastinador. Aliás a frase que descreve bem um procrastinador profissional é: “Porque fazer hoje se pode ser feito amanhã!”
Trata-se do ato de procrastinar, verbo definido pelo dicionário Aurélio como “transferir para outro dia, adiar, delongar”. No jargão popular, procrastinar é o velho “empurrar com a barriga”.
A frustração é inevitável, mas ela será apenas adiada com a procrastinação. O nosso cérebro foge da dor, um instinto bem de sobrevivência... o fato é... adiar não quer dizer deixar de sentir, não é mesmo? Sabemos que o dead line irá chegar... ele é imperativo! A questão é que a busca consciente ou inconsciente por alivio e gratificação (liberação de dopamina) é, sobretudo, “viciante”, isso mesmo quando fazer algo nos provoca sensações ruins a procrastinação chega como “salvadora da pátria” pois gera no tempo presente a bem-vinda gratificação momentânea, aquela que nos deixa bem, nos faz suspirar de alívio e uma falsa sensação de que amanhã... faremos o que precisaria ser feito... ainda dá tempo!!
Cuidado com a falsa ilusão de alívio. Procrastinar pode significar adiar a frustração!
E o que dizer quando algumas áreas são vítimas fatais de procrastinação e outras não. Faz todo sentido quanto atrelamos ao perfil comportamental das pessoas que se realizam com algumas atividades e outras lhe causam desconforto. É comum que existam decisões rápidas em âmbitos profissionais e o mesmo não ocorra quando trata-se do pessoal. Hum, parece que aqui temos indícios emocionais bem fortes movimentando-nos a procrastinar.
Uma boa dose de autoconhecimento pode ser um belo começo para que a procrastinação não tome conta da nossa vida ou de parte dela e nos contamine a tal ponto de que o tempo passe e não o tenhamos vivido plenamente. Resultados que poderiam ser atingidos ficarão no caminho do “quase”... quase emagreci, quase fui promovido, quase conquistei, quase comprei... quase realizei!
Vamos falar francamente sobre este tema relacionado a alguém bem importante: você? Diga a si mesmo em que grau a procrastinação está presente em sua vida? Há alguma área em que perceba maior frequência? Consegue identificar causas possíveis? Para te ajudar a clarificar o “seu cenário”. Vamos deixar mais clara a pergunta... Responda-se: O que “sempre” adio em minha vida? E essa resposta pode vir de sua memória, pense no que as pessoas que são impactadas por tal procrastinação falam para você. Vale a pena considerar também. Opa! Agora o específico começa a aparecer, aliás as mudanças para serem efetivas precisam de especificidade. Compartilho o link onde conversei com Mário Pinheiro, Master Coach, sobre os Desafios da Gestão do Tempo, nesta live ele nos deu várias dicas e indicou várias ferramentas legais. Confere lá: https://bit.ly/3fyEPAN.
Investe um tempo (sem procrastinar kkk) e verifica o que mais se adapta à sua realidade. Ah! Quem não é dono de sua agenda será alvo da agenda de outros!
Separei algumas dicas para te ajudar:
1. Identifique o que você precisa fazer.
2. Classifique por impactos e defina as prioridades.
3. Diga não, quando essa for a melhor resposta.
4. Negocie os prazos.
5. Respeite seu planejamento.
6. Realize, um pouco de cada vez.
7. Comemore cada pequena realização.
8. Faça compromissos públicos.
9. Seja gentil com você. Perdoe-se pelo que não fez.
10. Seja implacável com você e persevere.
Enfrente sua realidade e transforme-a, um pouco de cada vez. Siga em frente!
Rosana Sá
Formada em Administração de Empresas, pós-graduada em Marketing, pós-graduanda em Neurociência e Comportamento (PUCRS) e Certificada em Educação Virtual pelo Senac-SP, é professora universitária, conferencista, coach executiva e consultora empresarial. Sócia diretora da CYCLOS Consultoria, empresa dedicada a ações de desenvolvimento profissional e gerencial.
“Inspirar pessoas a engajarem-se de forma plena aos seus propósitos. Contribuir com excelência e respeito para que se conectem a si mesmo, a outros e atuem com eficácia nas empresas e negócios que as representam, desta forma, entreguem resultados sustentáveis e realizem-se, simultaneamente.”
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